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Ressuscitando os Mortos Através da Tecnologia: Um Futuro Possível?

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Pedro Duarte

CEO

3/29/2023

  • Sociedade Futura
  • Morte
  • Futuro da Tecnologia

À medida que a tecnologia avança, a ideia de ressuscitar os mortos de alguma forma está se tornando cada vez menos absurda. O conceito não envolve trazer uma pessoa de volta à vida biologicamente, mas sim criar uma simulação realista que imite a personalidade e o comportamento dos falecidos.

Graças aos smartphones, à quantidade crescente de dados coletados online e ao movimento de autoquantificação, estamos chegando mais perto de obter um retrato fiel de como uma pessoa se comporta. Essas informações podem ser a base para criar simulações convincentes dos falecidos, permitindo-nos interagir com uma versão virtual de nossos entes queridos que já partiram.

Embora possa parecer um desafio criar uma simulação que imite perfeitamente alguém, os seres humanos têm uma tendência natural de atribuir personalidade a objetos animados. Isso significa que, mesmo que a simulação não seja perfeita, ainda podemos nos envolver emocionalmente com ela. Um exemplo disso é o programa de computador Eliza, que foi criado na década de 1960 e convencia as pessoas de que estavam conversando com um psicoterapeuta.

É importante lembrar que uma simulação nunca será tão rica quanto a realidade. No entanto, se a simulação for capaz de passar por uma versão do teste de Turing para o falecido, teremos realizado a tarefa de experimentar uma interação com o falecido. O foco principal é proporcionar a experiência de estar na presença de alguém que já morreu, mesmo que essa presença seja virtual.

Essas simulações têm o potencial de mudar a forma como lidamos com o luto e as perdas. A possibilidade de continuar interagindo com uma versão virtual de um ente querido pode oferecer consolo e ajudar a superar a dor da perda. Além disso, as simulações podem transformar a maneira como nos relacionamos com os vivos, pois a ideia de uma despedida permanente se torna menos concreta.

No entanto, a possibilidade de interagir com simulações realistas de pessoas falecidas também levanta questões éticas e morais. Por exemplo, como isso afetaria nossos relacionamentos com os vivos? Será que nos tornaríamos mais propensos a nos afastar das pessoas reais em favor de versões ideais de simulações? E, em última análise, qual é o valor e a importância da realidade quando as simulações são tão convincentes?

À medida que a tecnologia avança, é essencial discutir as implicações éticas e morais das simulações dos falecidos. Estamos caminhando em direção a um futuro em que a linha que divide os vivos dos mortos pode se tornar cada vez mais tênue, e é nosso papel como sociedade navegar por esse caminho desconhecido com responsabilidade e consideração.

Este artigo foi originalmente publicado na  e foi republicado sob Creative Commons.Aeon
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https://futurism.com/technology-allow-bring-dead-back-life