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UE Aprova Regras Inovadoras para IA: Equilíbrio entre Inovação e Direitos

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Pedro Duarte

CEO

12/11/2023

  • ciência

E aí, pessoal! Hoje, vamos falar sobre algo que parece saído de um filme de ficção científica, mas é realidade: a União Europeia fechou um acordo histórico sobre a regulamentação da Inteligência Artificial (IA). Isso mesmo, aquele negócio que pensa por si só e está em tudo, desde o seu smartphone até carros autônomos.

Então, o que tá rolando? Basicamente, a UE quer garantir que a IA seja segura, respeite os direitos fundamentais e não vire uma espécie de 'Big Brother'. Entre as novidades, temos regras para sistemas de IA de alto risco, como os que influenciam eleições ou decisões bancárias. Se você pensa que isso soa como controle de qualidade, acertou em cheio!

Além disso, eles proibiram algumas coisas meio 'Black Mirror', como manipulação de comportamento, reconhecimento de emoções no trabalho, e pontuação social baseada em comportamento ou características pessoais. É, a UE tá levando a sério isso de 'IA responsável'.

O acordo sobre o AI Act é um esforço para garantir que os direitos fundamentais, a democracia, o estado de direito e a sustentabilidade ambiental sejam protegidos dos riscos associados a IA de alto risco, ao mesmo tempo em que se fomenta a inovação e se posiciona a Europa como líder no campo da IA. Este conjunto de regras estabelece obrigações para a IA com base em seus potenciais riscos e nível de impacto. Algumas das disposições chave incluem:

  • Proibições Específicas: O acordo proíbe sistemas de categorização biométrica que usam características sensíveis (como crenças políticas, religiosas, orientação sexual, raça), reconhecimento de emoções no local de trabalho e instituições educacionais, e a pontuação social baseada em comportamento social ou características pessoais.

    A "pontuação social" refere-se a um sistema onde o comportamento e as características pessoais dos indivíduos são monitorados e avaliados com o objetivo de atribuir-lhes uma pontuação. Este conceito ganhou notoriedade principalmente através do sistema de crédito social da China, que é frequentemente citado como um exemplo proeminente.
    Neste sistema, os dados coletados sobre os cidadãos - que podem incluir atividades financeiras, comportamento social, registro criminal, e até mesmo preferências pessoais e comportamento online - são usados para calcular uma pontuação. Essa pontuação pode, então, ser usada para determinar o acesso a serviços, oportunidades, e até mesmo para impor restrições. Por exemplo, uma pontuação baixa pode resultar em restrições de viagem, acesso limitado a serviços financeiros ou educação, enquanto uma pontuação alta pode oferecer benefícios e privilégios.
    A referência à proibição de sistemas de "pontuação social" no contexto do AI Act da UE indica uma preocupação com o potencial abuso de sistemas de IA para monitorar, avaliar e categorizar cidadãos de maneira semelhante. A legislação busca evitar que práticas semelhantes ao sistema de crédito social chinês sejam implementadas na Europa, protegendo assim os direitos individuais e a privacidade dos cidadãos.
    Esta abordagem reflete uma tomada de posição ética e de privacidade, garantindo que a tecnologia de IA não seja usada para impor um controle social invasivo ou discriminatório. Ao proibir tais sistemas, a UE está enfatizando a importância da proteção dos direitos individuais e da liberdade pessoal no uso da IA.
  • Exceções para a Aplicação da Lei: Foram acordadas salvaguardas e exceções estreitas para o uso de sistemas de identificação biométrica por autoridades de aplicação da lei em espaços públicos, sujeitos à autorização judicial prévia para crimes específicos e definidos.

Modelos de IA de alto impacto com risco sistêmico, como o ChatGPT e sistemas de IA de propósito geral, deverão cumprir obrigações de transparência antes de serem colocados no mercado. Isso inclui a elaboração de documentação técnica, conformidade com a lei de direitos autorais da UE e divulgação de resumos detalhados sobre o conteúdo usado para treinamento. Esses modelos também precisarão realizar avaliações de modelo, testes adversários, e reportar incidentes graves à Comissão Europeia.

A reação ao acordo tem sido mista. Grupos de privacidade e direitos digitais expressaram preocupações sobre as lacunas na legislação, particularmente em relação à vigilância biométrica e ao uso de IA na migração. Por outro lado, representantes da indústria da tecnologia ressaltaram a importância dos detalhes técnicos na implementação efetiva da legislação.

Este acordo é um passo significativo no que diz respeito à regulamentação da IA, posicionando a UE como um pioneiro global no estabelecimento de padrões. Além disso, o AI Act pode servir de modelo para outras regiões do mundo, oferecendo uma alternativa à abordagem mais liberal dos Estados Unidos e às regras intermediárias da China.

Com o AI Act, a Europa está estabelecendo um precedente para o equilíbrio entre a promoção da inovação tecnológica e a proteção dos direitos dos cidadãos e da sociedade em geral. Embora existam desafios significativos na implementação efetiva desta legislação, é indiscutível que ela representa um marco importante na regulação da IA.

Esse acordo é um grande passo, e a UE tá mostrando que é possível equilibrar os benefícios da IA com a proteção da sociedade. Vamos ficar de olho pra ver como isso se desenrola!

As informações são do site The Verge.